hidrocele
A hidrocele tem a mesma origem embriológica da hérnia inguinal, pois ambas derivam da presença do processus vaginalis, ou conduto peritôneo-vaginal, nesta região.
A diferença entre ambas está, de maneira simples, no calibre desta estrutura e no seu conteúdo. Na hérnia, o processus vaginalis é mais largo e pode conter víceras abdominais no seu interior. Já na hidrocele, ele é estreito e contém apenas líquido peritoneal.
No menino, a presença deste conduto se deve ao fato dele acompanhar a descida testicular que se inicia ao redor da sétima semana de vida intrauterina. Na menina, como não há a migração de gônada intrabdominal, a presença de um fino ligamento chamado redondo (que se fixa aos grandes lábios), também pode ser acompanhado de uma “evaginação” peritoneal daí dando origem a hérnia e cistos (chamados de Nuck) nesta região.
A primeira foto mostra caso de bebê de 2 meses com hidrocele bilateral e na debaixo, uma simples manobra com uma pequena lanterna mostra um testechamado de Transiluminação, que serve para verificar se o líquido é claro (positivo) ou turvo (escuro-negativo), pois pode ser sangue, por exemplo, num caso de trauma local ou torção. Uma curiosidade, e muitos pais perguntam, é se a hidrocele é dolorida. Não, ela não dói, por isso, o seu exame e diagnóstico são relativamente fáceis e sem necessidade de exames subsidiários. Sua evolução pode ser diferente dependendo muito da idade do parto. Nos bebês de termo, isto é, de 9 meses, a hidrocele tende a desaparecer nos primeiros meses de vida, pelo fechamento do canal (processus vaginalis), e reabsorsão do líquido escrotal. Nos bebês prematuros, ela pode durar até o primeiro ano de vida ou mais, e aí então ser tratada cirurgicamente, como a hérnia. IMPORTANTE: não se deve “espremer” a hidrocele para dentro, como na redução manual das hérnias, este líquido não sai de lá assim. Não se deve também puncionar o escroto para esvaziar a hidrocele que, além de não adiantar nada, pode levar a complicações sérias como trauma no testículo e infecções.